Machico é um município português na ilha da Madeira, Região Autónoma da Madeira, com sede na cidade e freguesia de homónima. Tem 68,31 km² de área e 21 828 habitantes (2011), subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a sudoeste pelo município de Santa Cruz, a oeste pelo Funchal através de uma pequena faixa a norte de Santa Cruz, a noroeste por Santana e é banhado pelo oceano Atlântico a norte, sul e leste.O topónimo deriva segundo vários autores da semelhança com a região de Monchique (serra do Algarve), ou do nome de um marinheiro que acompanhou a expedição de Zarco, na demanda à ilha da Madeira, outros julgam ser a Roberto Machim (Lenda de Machim), que terá sido o primeiro descobridor da Madeira, quando, em 1377, ao dirigir-se para o sul de França, viu a sua embarcação ser arrastada pelos ventos para a Madeira.
Esta última teoria foi muito defendida no século XVII e no século XIX, para defender interesses ingleses na ilha da Madeira.
HISTORIA:
Foi neste concelho que desembarcaram pela primeira vez os descobridores da Madeira, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, entre 1418 e 1420.
O concelho recebeu foral em 1451 e foi-lhe outorgado em 1515 por D. Manuel I.
A nível de acontecimentos históricos que marcaram o concelho, destaca-se a instituição da vila como sede da primeira Capitania, na Madeira, em Maio de 1440. Estas terras foram residência do oficial capitão-donatário Tristão Vaz Teixeira.
Em 1803, houve um enorme desabamento de terras que soterrou diversas casas, destruindo as muralhas da ribeira, a ponte e a Capela dos Milagres. Foi também local do confronto que pôs termo à "Revolta da Madeira", em Abril de 1931.
A nível do património arquitectónico, destacam-se o Forte do Amparo, que apresenta uma planta triangular para permitir a defesa dos dois lados da baía de Machico; a Casa da Capela / Solar da Ermida, com elementos dos séculos XVII e XVIII; a Igreja Matriz de Machico, construída em 1425, e a Capela de Cristo, construída em meados do século XV, reconstruída no século XVI e, de novo, em 1883.
Foi danificada pelo aluvião de 3 de Novembro de 1956, tendo sido restaurada em 1957.
A sede concelhia foi elevada à categoria de cidade a 2 de Agosto de 1996.
Clima e relevo
Verificam-se diferenças entre o litoral e o interior do concelho: no litoral o clima é mais quente e seco, sendo os terrenos áridos e bravios; à medida que se caminha para o interior o clima torna-se mais fresco e húmido e prolifera a vegetação.
Apesar de ser, essencialmente, uma área de costa, banhado a norte, este e sul pelo oceano Atlântico, a sua morfologia é marcada por vários montes e serras, entre outras a do Castanho (589 m), a do Pedreiro (792 m), Pico da Coroa (738 m) e Penha de Águia (590 m).
As vertentes costeiras são abruptas, mas devido aos efeitos de erosão possui praias de areia negra. No Caniçal há uma prainha, a única de areia de origem vulcânica natural na ilha da Madeira.
ECONEMIA:
No concelho predominam as actividades do sector terciário, ligadas às áreas do turismo, comércio, restauração e serviços de hotelaria. Com importância inferior surgem os sectores secundário e primário, este último nas áreas da agro-pecuária e da pesca.
Na agricultura predomina o cultivo de cereais para grão de leguminosas também para grão, da batata, das culturas hortícolas intensivas, dos frutos subtropicais e da vinha. A agro-pecuária é um sector importante, nomeadamente na criação de aves, coelhos e caprinos.
Grande parte (79 ha) do seu território é coberto de floresta.
[editar]Geminações
Machico possui as seguintes cidades-gémeas[2]:
Madeira Beach, Estados Unidos (1974)
Lajes do Pico, Pico, Açores (1989)
Povoação, São Miguel, Açores (1996)
Capitães donatários de Machico
Tristão Vaz, 1.º Capitão donatário de Machico c. 1395;
Tristão Vaz Teixeira, "Tristão das Damas", 2.º Capitão donatário de Machico;
Tristão Teixeira, 3.º Capitão donatário de Machico;
Diogo Teixeira, 4.º capitão donatário de Machico;
D. Afonso de Portugal, 5.º capitão donatário de Machico e 2.º conde de Vimioso c. 1519;
D. Francisco de Portugal, 6.º capitão donatário de Machico e 3.º conde de Vimioso c. 1550;
Tristão Vaz da Veiga, 7.º capitão donatário de Machico, c. 1537;
D. Luis de Portugal, 8.º capitão donatário de Machico e 4.º conde de Vimioso * 1555;
D. Afonso de Portugal; (1591 -?), 9.º capitão donatário de Machico e e 5.º conde de Vimioso;
D. Luís de Portugal (1620 -?), 10.º capitão donatário de Machico e 6.º conde de Vimioso;
D. Miguel de Portugal (1631 -?), 11.º capitão donatário de Machico e 7.º conde de Vimioso;
D. Francisco de Paula de Portugal e Castro (1679 -?), 12.º capitão donatário de Machico e 2.º marquês de Valença;
D. José Miguel João de Portugal e Castro (1706 -?), 13.º capitão donatário de Machico e 3º marquês de Valença.
População
Freguesias do concelho de Machico.
Segundo os censos de 2001, a população do concelho totaliza 21 747, distribuídas pelas cinco freguesias da seguinte maneira:
Água de Pena: 1 759 hab.
Caniçal: 3 893 hab.
Machico: 11 947 hab.
Porto da Cruz: 2 793 hab.
Santo António da Serra: 1 355 hab.
SENHOR DOS MILAGRES
A Festa do Senhor dos Milagres celebra-se em Machico no dia 9 de Outubro. Na véspera, dia 8, faz-se a procissão onde a Imagem do Senhor é levada da capela localizada no sítio da Banda de Além para a igreja Matriz. A Procissão realiza-se com toda a iluminação pública apagada e num forte ambiente de fé em que a imagem do Senhor Jesus é iluminada por cerca de 200 archotes levados pelos homens do mar, e acompanhada por milhares de devotos com as suas promessas que acorrem de várias zonas da Ilha.
Trata-se duma festa diferente dos tradicionais arraiais madeirenses, pois omitem-se os sinais exteriores, valorizando assim a parte religiosa.
A imagem do «Senhor dos Milagres», dos princípios do século XVI, a 9 de Outubro de 1803 foi arrastada para o mar pela uma terrível aluvião de que também deixa a capela totalmente destruída.
Três dias depois, a imagem é encontrada por uma galera americana, que pretende seguir viagem, mas os ventos obrigam-na a voltar ao Funchal. A imagem é entregue na Catedral do Funchal, onde se conserva até o dia 15 de Abril de 1813. A capela de Cristo, passa a chamar-se “Capela do Senhor dos Milagres” e recebe novamente o Senhor após o uma grande procissão do Povo de Machico, descrita assim no Elucidário de Machico por Carlos Cristóvão:
Três dias depois, a imagem é encontrada por uma galera americana, que pretende seguir viagem, mas os ventos obrigam-na a voltar ao Funchal. A imagem é entregue na Catedral do Funchal, onde se conserva até o dia 15 de Abril de 1813. A capela de Cristo, passa a chamar-se “Capela do Senhor dos Milagres” e recebe novamente o Senhor após o uma grande procissão do Povo de Machico, descrita assim no Elucidário de Machico por Carlos Cristóvão:
“Diz a tradição ter sido um impressionante espectáculo o regresso da Imagem a Machico. Os naturais da Vila vão ao Seu encontro, empunhando archotes incandescentes, velas acesas e cantando hinos ao Senhor. Há lágrimas em muitos olhos. São lágrimas de alegria, de saudade, lágrimas de dor também, porque o regresso do Senhor dos Milagres vem lembrar-lhes as horas angustiosas que passaram durante a aluvião, a aluvião que leva a Imagem para o alto-mar. Será ainda por isso que a noite de 8 de Outubro, em Machico, é diferente de todas as outras noites?”.
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